E se seu chefe fosse o doutor House?

11-08-2010 18:22

E se seu chefe fosse o doutor House?

 

Um líder agressivo, excêntrico, mal-humorado, amargo e que não sabe lidar bem com as pessoas corre risco de não durar muito numa empresa real, pelo menos na maior parte das companhias.

Na ficção, é diferente. Há seis anos, o doutor Gregory House, personagem interpretado pelo ator inglês Hugh Laurie, atormenta sua equipe (e sua chefe direta) com ironias e sarcasmos.

Frases como "sou fisicamente incapaz de ser educado" e "não culpe a mim pelo meu humor, culpe os meus genes" ecoam pelos corredores do Hospital Universitário Princeton-Plainsboro, onde ele trabalha. Para solucionar casos médicos complexos, House não mede esforços.

O doutor passa horas no hospital e estimula os funcionários a ter ideias criativas. Em contrapartida, não leva o menor jeito para gerir, de maneira saudável, um time que o tem em alta conta apenas por causa de sua genialidade – uma situação até comum nas corporações do mundo real.

O superintendente de recursos humanos do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, sintetiza: "Muitas vezes um líder chega ao topo por causa de seus conhecimentos técnicos sem ter competência de gestão de pessoas".

Apesar da hostilidade, House não consegue trabalhar sozinho: ele precisa de um time formado por gente qualificada e contestadora – características fundamentais para quem quer trabalhar na equipe dele.

House tem personalidade difícil, mas sabe como ninguém fazer com que seu pessoal encontre soluções.

"Ele é ótimo estimulador: ajuda o time a pensar amplamente", diz Silvana Gomes, da consultoria de recursos humanos SG, de Cuiabá, no Mato Grosso. A forma como esse processo se desenrola é outra conversa. Quando um subordinado tem uma ideia genial, não há um reconhecimento sincero, mas sim um "por que não pensou nisso antes?".

Na série, e na vida real, frases assim tornam o clima pesado. "A falta de um ambiente agradável prejudica os resultados", diz Paulo Henrique Rocha, consultor de recursos humanos da Corrhect.

Se você precisa conviver com um chefe como House e gosta do emprego em que está, tem um grande problema nas mãos e deve avaliar os prós e os contras da situação. "Se o estresse for maior do que o aprendizado, pule fora", aconselha Rubens Gimael, especialista em desenvolvimento de carreira.

House tem uma característica admirada pelas empresas nessa época de imediatismo: entrega bons resultados sempre. Ele sabe planejar, desenhar fluxos de trabalho, administrar as prioridades e realizar seu principal objetivo: salvar vidas.

O problema é que sua equipe sofre com suas imposições. House está acostumado a sempre ter razão – e adora isso. Uma de suas citações preferidas, repetidas várias vezes ao longo da série, é "eu prefiro a resposta mais sutil: "você estava certo, House".

A ficção está com cara de realidade? Há remédio.

Quem tem de lidar com um chefe de ego enorme dispõe de algumas opções: conversar com o líder sobre suas atitudes e tentar mudá-lo, aturar ou pedir demissão. "Quando o chefe faz questão de reforçar a superioridade, a equipe se afasta e pode até se desintegrar", explica a consultora Silvana.

Para tentar se aproximar do time, House toma um caminho perigoso: mistura o pessoal com o profissional. Já chegou até a contratar o irmão de um subordinado para ter mais argumentos pessoais numa discussão técnica.

Lidar com uma situação dessas dentro das corporações não é nada fácil. Quando você não é um personagem de seriado e se reporta a um House, tenha sangue-frio para mostrar os limites do relacionamento, que é saudável apenas se houver uma relação de confiança.

"Uma equipe só se integra quando cultiva laços profissionais genuínos", diz Maurício Alves da Silva, superintendente de RH do Hospital A.C. Camargo, de São Paulo. Para lidar com um gestor que não respeita isso, o melhor é conversar e deixar claros os limites.

O doutor House tem um método heterodoxo de trabalho. Trata um paciente mesmo sem ter certeza do diagnóstico, faz exames arriscados que não seriam necessários e até invade casas para checar as condições de vida de seus doentes. Para ele, todos mentem, invariavelmente.

O comportamento obriga a equipe a lidar diariamente com limites éticos. Numa corporação, isso é letal: afeta o desempenho e a unidade do time. Se você é subordinado e não concorda com o método de trabalho de seu chefe, a saída é procurar as instâncias superiores.

O diretor geral da empresa de consultoria Business Partners, Luís Savério, aconselha: "Conversar com a área de RH é a melhor atitude a ser tomada nesses casos".

 

Diagnóstico de gestão

 

A pedido da Você S/A, Silvana Gomes, consultora da SG Recursos Humanos, de Cuiabá, e Maurício Alves da Silva, superintendente de RH do Hospital A.C. Camargo, de São Paulo, traçaram o perfil comportamental do doutor Gregory House, personagem de tevê do ator Hugh Laurie, e listaram quais características ele precisa desenvolver para ser mais do que um profissional brilhante e tornar-se um bom líder.

 

 

Nome: Gregory House

Idade: 50 anos

Estado civil: Divorciado, sem filhos

Cargo: Chefe do setor de diagnóstico

Formação acadêmica: Medicina, na Universidade Johns Hopkins, especialista em doenças infecciosas

Características pessoais

Adora desafios, é inteligente e respeitado por sua equipe e chefia que chegam a considerá-lo genial. No entanto, não tem carisma, é sarcástico, excessivamente racional, autossuficiente, introspectivo e manipulador.

Apesar dos pontos negativos, sua inteligência altíssima permite que ele seja brilhante e apresente ótimos resultados, fator valorizado pela empresa.

Pontos a desenvolver

House precisa aprender a se relacionar de maneira saudável e mais produtiva com sua equipe e com seus pacientes. Além disso, deve ajudar no desenvolvimento dos membros de seu time e criar um clima saudável entre seus pares.

Para se tornar um bom líder, o médico deve passar por treinamentos e programas de aperfeiçoamento – o coaching pode ser uma boa solução.

Como a empresa deve agir

Uma opção é realocá-lo em um setor mais técnico, que permita que o médico exerça sua especialidade sem precisar gerir pessoas, como um comitê de resultados ou um grupo de pesquisas, por exemplo.

 

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